Ora, caso a lixeira seja fechada para essas empresas, onde é mesmo que elas vão poder depositar o lixo? No Igarapé mais próximo, ou se unem e jogam tudo na frente da casa do Prefeito?
A confusão está feia. Prefeitura, Ministério Público e a Vara do Meio Ambiente, unidos, resolveram impedir que as 118 empresas, que retiram o chamado lixo sólido da cidade, utilizem a lixeira pública, a única de Manaus, situada na AM/10. O prazo dado pela Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), às empresas do setor, expira amanhã.
Os proprietários dessas empresas estão preocupados, mais do que isso, desesperados, sem saber o que fazer, e todos torcem no sentido de que os atores acima citados decidam pelo adiamento de tal decisão, o que só é possível se houver bom senso e vontade de resolver um problema que pode causar enormes danos à população de Manaus.
As empresas que trabalham com o disk-entulho recolhem hoje o equivalente a 60 por cento do lixo produzido na cidade. Ora, caso a lixeira seja fechada para essas empresas, onde é mesmo que elas vão poder depositar o lixo retirado diariamente? Jogar no Igarapé mais próximo? Nas margens de alguma rua? Ou se unem e jogam tudo na frente da casa do Prefeito, o principal responsável pela atual situação, que, embora sabendo que a lixeira pública está no seu limite, ou seja, com prazo vencido, nada fez para solucionar o grave problema.
Por tudo isso, ou melhor, no propósito de que nada disso aconteça, é que procurei o Presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Isaac Tayah, relatei-lhe o fato e, em companhia de vários empresários do setor, estivemos ontem no Ministério Público para tratar do assunto. Foi, pelos menos, dado o pontapé inicial no rumo de uma negociação para salvar Manaus do caos, caso o problema não seja resolvido nos próximos dias.
Outra iniciativa nossa foi a decisão de fazer uma Audiência Pública na Câmara, o que deverá acontecer no início da semana que vem, com a presença de todas as autoridades envolvidas no processo, a exemplo do Ministério Público, da Vara do Meio Ambiente, da Secretaria da Limpeza Pública, do Ipaam, da Semma, entre outros. Nós vereadores, presentes à reunião, podemos funcionar como mediadores, chamando à razão os que apostam no caos, ou seja, no pior para a cidade.
Dessa reunião sairá uma decisão, com certeza positiva, tirada do bom senso de todos aqueles que lutam para que Manaus não mergulhe em toneladas de lixo. O amor por Manaus, ao final, vai falar mais alto. Garanto.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Foto: veja.abril.com.br