O artigo assinado pelo Arthur Virgílio Neto, publicado neste domingo no jornal Diário do Amazonas, é motivo para reflexão sobre o destino da Zona Franca de Manaus (ZFM), mais do que isso, do próprio Amazonas, pois até as pedras das ruas de Manaus sabem que, sem esse mecanismo de desenvolvimento, não teremos a mínima condição de sobrevivência como ente federativo.
A situação é grave, todos sabemos, mas os integrantes da nossa bancada federal, em número de 11 (três senadores e oito deputados) nada dizem, até parecem que estão todos dormindo, a exemplo do personagem bíblico que dormia enquanto o barco enfrentava uma tempestade e, ao final, termina no ventre de uma baleia. Foi-nos retirado o modem, e nenhuma palavra. Depois levaram o tablet e, como se nada tivesse acontecido, calaram. Agora, por último, estão nos levando o CD e o DVD, e nenhum dos integrantes da bancada diz nada. O barco está fazendo água, ameaça afundar, mas de nenhum deles sai uma palavra, possivelmente para não desagradar a presidente Dilma.
Enquanto eles dormem, o Arthur Virgílio se desespera e, embora estando longe, em Lisboa, onde exerce a sua profissão de diplomata, alerta a população do Amazonas para uma tragédia que se avizinha: o fim da Zona Franca de Manaus. Portanto trata-se de uma morte anunciada, só não vê quem é cego ou, a exemplo da nossa bancada federal, não quer enxergar.
A minha geração viu o nascer da Zona Franca. Em 1967 cursava o primeiro ano da Faculdade de Direito do Amazonas (na época UA, hoje UFAM), quando os jornais noticiaram a criação da Zona Franca de Manaus. Por coincidência, no mesmo dia, Samuel Benchimol, nosso professor de Economia Política, entrou na sala e anunciou que a aula seria sobre Zona Franca, pois que ele pessoalmente conhecia várias instaladas mundo a fora. Mestre Samuel discorreu sobre o assunto por uma hora. Foi profético, pois tudo que nos falou aconteceu, inclusive que a sobrevivência da Zona Franca iria depender da nossa capacidade e coragem de defendê-la das investidas dos interesses externos, a cada hora, a cada dia e a cada ano.
Arthur, continue alertando o nosso povo contra os que arquitetam a morte da Zona Franca. Não desista, nunca! Você não está só nesta luta. O povo do Amazonas sabe que a Zona Franca é o pulmão econômico desta região e, sem ela, inexoravelmente, Manaus volta à triste condição de porto de lenha.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
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