quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

AMAZONINO COLOCOU MANAUS NA OITAVA POSIÇÃO DE CIDADE MAIS FAVELADA DO PAÍS.


Eleito governador, Amazonino Mendes fazia divulgar pelas rádios - o instrumento de comunicação na época mais popular no interior do Estado - que estava distribuindo lotes de terras e rancho em Manaus.

Manaus, segundo dados fornecidos pelo IBGE, é a oitava cidade brasileira com maior número de favelas. Dois fatores concorreram para tal: primeiro, os processos de migração provocados pós criação da Zona Franca de Manaus (ZFM) em l967, fato que acelerou o esvaziamento do interior do Estado; segundo, a ação criminosa dos governantes (prefeitos de Manaus e governadores), de incentivo a invasões, iniciada com a chegada de Gilberto Mestrinho ao governo, em 1982.

Governadores e prefeitos da ditadura tentaram organizar Manaus com a criação de novos bairros, a exemplo do trabalho do ex-governador José Lindoso que construiu a Cidade Nova, e do ex-prefeito José Fernandes que abriu o bairro do São José. Sou insuspeito para falar sobre tal assunto, em razão de ter feito, na condição de deputado federal, uma dura oposição ao regime autoritário, instalado no país, via golpe militar, em 1964.

É de justiça dizer que, além da Zona Franca de Manaus, os governadores nomeados pelos generais-presidentes deram início a eletrificação do interior e construíram escolas e hospitais ao longo do hinterland. Em Manaus abriram ruas e avenidas, sem falar em conjuntos residenciais que deram origem a vários bairros da cidade, a exemplo do Japiim, Parque 10, Flores, entre muitos. Prefeitos como Paulo Nery, Jorge Teixeira (o Teixeirão) e o José Fernandes, organizaram Manaus, sem perder de vista o social.

O problema veio depois. Eleito governador, Amazonino Mendes fazia divulgar pelas rádios - o instrumento de comunicação na época mais popular no interior do Estado - que estava distribuindo lotes de terras e rancho em Manaus. Foi um Deus nos acuda. Os barcos de linha chegavam lotados de famílias atraídos pela boa notícia. O populismo barato de Mestrinho e Amazonino concorreram para o inchaço de Manaus, e gerou as grandes dificuldades por que passa hoje, em especial nas áreas do saneamento, da educação, da saúde e da segurança pública.

Arthur, como prefeito, procurou minorar os problemas, enfrentando-os de frente e, de forma corajosa, organizou o Jorge Teixeira, hoje um dos bairros mais populosos da Zona Leste da cidade. Fora o Arthur e o Serafim, os demais incentivaram invasões, as mesmas que hoje nos colocam na oitava posição de cidade mais favelada do País.

Por: vereador Mário Frota

Líder do PSDB na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM


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