quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MÁRIO FROTA: “RENUNCIO MEU MANDATO SE TODOS OS ÔNIBUS FOREM NOVOS”

“O Amazonino e os donos de ônibus vão se dar bem; são velhos parceiros, ou melhor, comparsas”.

Ontem, da tribuna da Câmara, lancei um desafio ao prefeito Amazonino e à sua maioria esmagadora no plenário, que renuncio ao meu mandato de vereador se me for provado que os ônibus que estão chegando à Manaus são ‘zero quilômetro’ como eles trombeteiam na maior cara de pau.

Novos coisa nenhuma! Alguns sim, não duvido. No entanto, a maioria não é, pois que são ônibus de propriedade dessas empresas que, em outros Estados sofreram processo de maquiagem antes de serem mandados para cá. Outros, possivelmente, foram remendados por aqui mesmo, às escondidas, na calada da noite.

Dois fatos: primeiro, a denúncia feita pela jornalista Baby Rizatto, segundo a minha amiga, próximo à sua casa, à noite, ônibus estavam sendo pintados, ou seja, maquiados para entrar no sistema como novos. Segundo, o episódio envolvendo o vereador Waldemir José que flagrou, numa das garagens de Manaus, operários fazendo a mesma operação. Surpreendidos tomaram a máquina fotográfica do vereador e o empurraram para fora da garagem. Ora, por que tanta violência, pois, como diz o velho adágio popular: “quem não deve, não teme”.

Embora o mandato não seja meu, mas do povo, lancei o desafio ao prefeito Amazonino e aos donos de ônibus. O repto está feito. Caso provem que todos os ônibus que entraram recentemente em Manaus são ‘zero quilômetro’ renuncio o meu mandato e vou fazer outra coisa na vida.

E por que não acredito, distinto público. Por uma razão muito simples. Por ocasião da inauguração do finado Expresso, a empresa Eucatur conseguiu, mediante apresentação de notas fiscais, financiamento, pelo Banco da Amazônia (BASA), para compra de 20 ônibus articulados. O Banco pagou. Posteriormente a Polícia Federal descobriu a fraude, ou seja, os ônibus eram velhos, com 10 anos de uso e as notas fiscais frias, esquentadas no forno, como diz o povo.

Outra mutreta: eles, os proprietários de ônibus, aprontaram na administração do Serafim da qual eu era o seu vice, naquela história dos 500 ônibus que entraram em Manaus que eles diziam que eram novos. Alertei o Serafim que somente uns 15 a 20 por cento eram novos. Ele não me atendeu e deixou a coisa para lá. Resultado: pouco tempo depois os ônibus começaram a quebrar nas ruas da cidade, quando não a pegar fogo. Agora é a mesma coisa, nada mudou, a não ser o prefeito. O Amazonino e os donos de ônibus vão se dar bem; são velhos parceiros, ou melhor, comparsas. O único ferrado nessa história infame que se repete é o povo que precisa chegar e voltar do emprego nesses cacarecos.

Por: vereador Mário Frota (PSDB)

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

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