COMO SE PODE PRODUZIR ALIMENTOS COM ORÇAMENTO DE 1 POR CENTO PARA O SETOR PRIMÁRIO. É POR ISSO QUE PASSAMOS PELA VERGONHA DE IMPORTAR ATÉ FARINHA DE MANDIOCA. Nada besta, o novo secretário do abastecimento agrícola, Eron Bezerra, já botou a boca no trombone e disse, com todas as letras do alfabeto, que só foi destinado 1 por cento do orçamento para o setor primário. De imediato, o governador Omar Aziz rebateu, afirmando que, levando-se em consideração os recursos destinados para as estradas vicinais, o montante é bem maior.
Não sei quanto o governador destinou para as vicinais, mas, o que o secretário vai receber para implementar a produção de alimentos para o ano que corre é infinitamente menor do que o necessário para o Amazonas sair da humilhação de Estado que importa tudo o que o seu povo come.
A farinha de mandioca de cada dia vem do Pará, mas aqui chega também do Paraná, do Rio de Janeiro e, pasmem, até do Rio Grande Sul. O arroz vem de Roraima, assim como a banana, mamão, feijão, macaxeira, entre outros. O cheiro verde chega do Ceará, enquanto tomate, pimentão e frango, cenoura, beterraba e outros alimentos importamos de São Paulo e outros Estados do Sul.
Afinal, o que produzimos aqui para o nosso povo comer? Nada. Brisa. Ora, não é hora do governador do Estado investir pesadamente na agricultura, na criação de bovinos, suínos, frangos, incentivar a criação de peixes em criadouros e em gaiolas?
O que não dá para entender é que em Belém, no mercado Ver o Peso, o quilo da farinha de mandioca custa R$ 2,00, enquanto, aqui, é encontrada entre R$ 6,00 a R$ 8,00. Isso não tem nem sentido. Qualquer beira de barranco dos nossos rios pode-se plantar mandioca. Agora, sem incentivos, nada feito. O povo do Pará não é mais inteligente e nem mais trabalhador do que o nosso homem do interior. A diferença é que o governo do Pará faz grandes investimentos na produção de alimentos, enquanto, aqui, investe-se míseros 1 por cento do orçamento, uma ninharia.
A Assembléia Legislativa consome 5 por cento do orçamento e a Secretaria de Produção Agrícola minguados 1 por cento. Que tal uma troca, ou seja, a Assembléia, que não produz leis decentes para o povo e não fiscaliza o Poder Executivo, deveria ficar com 1 por cento e a secretaria do Heron com 5 por cento? O Amazonas teria muito a ganhar com essa troca, tenho certeza.
Qualquer alimento até poderíamos importar, menos a farinha de mandioca. Frente a esse vexame, vem-me à cabeça o famoso jargão criado pelo Boris Casoy: “ISSO É UMA VERGONHA”!
Ia esquecendo: na administração passada o Heron prometeu não apenas tornar o Amazonas auto-suficiente em produção de farinha de mandioca, como produzir fécula extraída desse produto em grande escala para, segundo ele, produzir plástico, um tipo de plástico degradável, excelente para o meio ambiente. Resultado: o povo não viu a cor da farinha e tampouco da fécula. Cuidado com promessas, companheiro Heron. O povo cobra e, às vezes, com juros e correção monetária.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
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