sexta-feira, 3 de setembro de 2010

UEA - ALUNOS DO CURSO DE MEDICINA PROTESTAM POR FALTA DE CONDIÇÕES DE ENSINO



O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO, QUE CULMINOU EM GREVE NA ÁREA DE SAÚDE DA UEA É JUSTO E MERECEDOR DA ADMIRAÇÃO DO POVO DESTE ESTADO. Eu era deputado estadual quando o ex-governador Amazonino Mendes enviou à Assembleia o projeto de lei criando a UEA. Apesar de adversário ferrenho do então governador, votei a favor e, da tribuna justifiquei que, embora tivesse minhas preocupações, até porque tudo que parte do Amazonino é preciso saber o que há por trás, afirmei que iria votar a favor porque jamais votaria contra a criação de uma escola, quanto mais de uma universidade. Fiz, ainda, outra observação que era a da transferência de recursos do Estado para a UFAM, exigindo, naturalmente, que ela recebesse alunos oriundos do interior do Estado, principalmente para os cursos de medicina, odontologia, farmácia e enfermagem. Nas minhas alegações justificava que a UFAM tinha mais condições, pelo nome que já tem em nível nacional, assim como pela excelente área física que já dispunha.

Fiz todas essas ponderações, mas, ao final votei no projeto de criação da UEA. No entanto, o que vejo agora é a área de saúde, em minha opinião o ponto estratégico da UEA, absolutamente destroçado pela incúria e absoluta incompetência da atual administração que, apesar de recursos tão generosos, por força de lei, carreados das indústrias da Suframa, permitiram que o setor de saúde, mais conhecido por ESA, afundasse por omissão e descaso e afundasse num vergonhoso processo de falência, com os seus cursos sucateados, sem condições, portanto, de funcionamento.

Isso é uma indignidade, falta de respeito pelos próprios alunos, que sofrem, e ao povo que, em última instância é quem, com o suor do seu rosto, financia a existência da UEA que, pelos recursos que dispõe, poderia ser hoje o melhor centro de ensino universitário do Amazonas, em especial nos cursos da área de saúde, na época a principal justificativa para a sua criação, sob a alegação de que grande parte dos alunos, que iriam cursar a área, seria oriunda do interior do Estado, carente de bons profissionais do setor.

Nossa irrestrita solidariedade aos alunos da UEA pela coragem de denunciar a calamidade que assola os cursos da área de saúde. Fui, em plena ditadura militar, presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito do Amazonas – UFAM e, depois, do DCE. Naquela época e agora os estudantes continuam iguais, ou seja, vão para a luta e reivindicam o que é de direito para a classe. Que o inconformismo e a capacidade de irresignação deles sejam para sempre. A luta dos jovens da UEA, que denunciaram agora o sucateamento da área de saúde, é demonstração disso. É lindo. Parabéns.

Por: vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM

2 comentários:

Marcílio disse...

Ótimo post, e quero salientar que a UEA que se vende na televisão e que todos acreditam é muito diferente diferente da realidade que vivemos, especialmente na ESA (Escola Superior de Ciências da Saúde).
PS:Não foram os alunos de Medicina que fizeram o protesto, foram alunos de Medicina,Enfermagem e Odontologia(mas ok,quando se pensa na saúde já liga aos médicos,erro cultural,mas fazer o que)...

1/9/10

MÁRIO FROTA EM AÇÃO disse...

Caro Marcílio,
Muito obrigado por acessar o nosso site de relacionamento para compartilhar da nossa luta pela melhoria das condições de estudos dispensada, pelo estado, aos alunos da UEA. No texto, que você leu, sempre menciono os alunos da área de saúde como um todo, abrangendo medicina, odontologia, farmácia, enfermagem. Quando você se refere ao “erro cultural”, no seu comentário acima, acredito ser uma crítica ao título da matéria que, por ser uma chamada do texto, sua finalidade se resume a chamar atenção do leitor com apenas uma frase. Na próxima segunda-feira, dia 6 de setembro, a partir das 09h00, estarei destinando um espaço do meu tempo, junto à Tribuna da Câmara Municipal de Manaus, para que os alunos da área de saúde da UEA façam as suas reivindicações. Assim sendo, amigo Marcílio, você também é meu convidado.
Até lá,
Vereador Mário Frota.

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