Escola em
assentamento rural do INCRA, em Nova Olinda do Norte-AM
Por:
Vereador Mário Frota*
O
PT chegou ao poder prometendo alavancar a educação no País e, passado 12 anos no
poder, o resultado é a tragédia que aí está, basta ver as avaliações do Enem e
pesquisas feitas por órgãos internacionais a exemplo da realizada pela OCDS,
órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). Tem motivação um professor
ganhar R$ 1.000,00 ou mesmo R$ 2.000,00, quando se trata de uma carga de 40
horas semanais?
Fico profundamente triste quando vejo, nessa última avaliação do Enem, o Amazonas surgir na rabada dos 27 Estados da Federação, na frente apenas do Amapá. É decepcionante dizer que levamos surra de Estados bem mais pobres, a exemplo do Piauí, do Maranhão e Sergipe. Infelizmente, aqui no Amazonas, a educação das nossas crianças vai de mal a pior. Só acreditei depois que li a relação do Enem em que aparecemos na humilhante condição do 26º Estado. Por muito pouco mesmo não terminamos na última colocação.
De uma forma geral o Brasil, na área da educação, está ruim das pernas. Em todas as avaliações elaboradas por órgãos internacionais, o nosso País desponta mal. Em recente pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDS), feita em 76 países, o Brasil aparece na 60ª posição, abaixo de Cingapura, Malásia, Hong Kong, Coréia do Sul, Chile e Uruguai, entre outros.
O grande Rui Barbosa afirmava que fora da lei não há salvação. Parafraseando o mestre baiano, digo que fora da educação não há salvação. Quem sabe o nome de um país, dos que hoje integram o seleto clube do primeiro mundo, que tenha lá chegado sem passar pela porta da educação? Todos eles fizeram grandes investimentos para sair do subdesenvolvimento e atingir o patamar primeiro mundista. Sem grandes investimentos na área da educação jamais chegaremos lá, nunca.
Comparado ao salário de outras categorias do serviço público, como o de juízes, delegados, enfermeiros, médicos, promotores, entre outros, o de professor é o mais ínfimo, quase uma esmola se comparado aos vencimentos de profissionais da mesma categoria em países como os Estados Unidos, França, Espanha, Inglaterra e Alemanha. No Japão há uma lei que obriga todos os habitantes daquele País a reverenciar o imperador, fazendo curvatura do corpo em sinal de respeito. Somente os mestres- escolas não estão obrigados a fazer tal reverência, protegidos pelo argumento de que sem professor não há imperador.
O PT chegou ao poder prometendo alavancar a educação no País e, passado 12 anos no poder, o resultado é a tragédia que aí está, basta ver as avaliações do Enem e pesquisas feitas por órgãos internacionais a exemplo da realizada pela OCDS, órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). Tem motivação um professor ganhar R$ 1.000,00, ou mesmo R$ 2.000,00, quando se trata de uma carga de 40 horas semanais? O que justifica um soldado da PM ganhar mais do que um professor? Nada contra o salário do soldado, pois, pelo o que ele faz, até que deveria ganhar mais. O que não é justo é um professor, que fez curso superior para ministrar ensino aos nossos filhos, ganhar menos da metade do salário de um soldado de primeira classe.
Por essa e outras razões é que defendo a federalização dos salários dos professores, tese que, há muito, vem sendo defendida pelo senador Cristovam Buarque. O governo da União deve complementar os salários de professores de todo o País, auxiliando municípios e estados no pagamento de salários verdadeiramente condignos para uma categoria profissional das mais relevantes, levando-se em conta que o futuro do nosso Brasil depende do nível de ensinamento de excelência que eles colocarem nas cabeças dos filhos da sociedade. Sem esse esforço por parte dos governantes deste País, não há esperança de chegarmos a lugar nenhum. Ao primeiro mundo nem pensar.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.